terça-feira, 8 de abril de 2008

Conversas esquizófrenicas

A seguinte conversa passou-se hoje numa aula qualquer. Para manter o anonimato dos intervenientes, eu serei a T. e a outra pessoa a M.


"Cara T.:

Venho por este meio declarar que estou sedenta de café... E a prof está mesmo à minha frente, logo quando pergunta olha para mim e eu sinto-me intimidada! Daqui a bocado borro-me toda!"


"Cara M.:

De facto, compreendo a sua dor. Estou igualmente prestes a desfalecer aqui mesmo. E desconfio que a tutora diante de nós suspeita que não estou com a devida atenção à aula. Creio que em breve irá requisitar o meu bloco de notas para ler o seu conteúdo. Temo tal momento.

Atenciosamente,
T.A.

P.S. - Não defeque aqui que o cheiro incomoda."


"Cara T.:

Foi com a gargalhada interior que li a sua nota (não poderia deixar-me rir assim à frente desta ilustre pessoa).
Se a tutora lhe retirar o bloco poderá utilizar a célebre frase (agora adaptada para si): «dá-me o bloco de notas já!»
Se não estivessemos tão à frente, convidava-a para um gostoso e quente café na máquina à porta do bar...

Com os melhores cumprimentos,
M. de A.

P.S. - Vou tentar não deixar sair flatulências"


"Cara M.:

Fico lisongeada que a minha modesta nota tenha despertado tão presenteira reacção em si. Infelizmente quer-me parecer que tal frase não poderia ser proferida nesta situação. Atente no meu raciocínio: Antes de mais, a minha educação não me permite tratar com tal intimidade um superior. Seguidamente repare no meu perfil. Depois repare no perfil da senhora sentada à nossa frente... Acho que está tudo dito. Finalmente, não creio que algum dos nossos colegas se prontificasse para registar o momento e proferir as tão maravilhosas palavras «olha, a belha baie caire!». Além de que a nossa ilustre tutora é tudo menos velha. Portanto, não. Não estão reunidas as condições necessárias para tal acontecimento se dar. Apesar de ter a certeza que seria, sem dúvida, memorável.
O café terá que esperar cerca de 15 minutos, com muita pena minha.

Espero que esta nota a encontre de boa saúde.

Com os melhores cumprimentos,

T.A.

P.S. - Você agora é A? Casou-se? Nome fino. Tem bom gosto."


"Cara T.A.:

A., aliás de A. (com o de é mais fashion) provém da nobre família da minha mãe, mais propriamente do meu requintadíssimo e rabugento avô! Por ser um nome tão admiravelmente fino, resolvi assinar o meu ultimo bilhete com ele.
Quanto à possível disputa do seu bloco de notas, creio que teria todo o gosto em reportá-la e vendê-la à TVI.
Em seguida, olhando para si e para a tutora creio que você dava-lhe um empurrãozinho e puff... xauzinho.
Já passaram 15 minutos e continuo sedenta de café. Creio que mais 10 minutos e virarei uma múmia sem ligaduras para me taparem a fronha feia! Não compreendo, a tutora fala de preservação da espécie e mata-nos de tédio e de falta de café! Como é que é possível?
Espero que ainda não tenha desfalecido.

Sem mais assunto,
Atenciosamente,
M. de A."


"Cara M.:

A entidade materna já me tentou contactar diversas vezes durante a última hora. Começo a ficar ralada. Voltarei a contactar vossas excelência quando o estado de panicanço se dissipar.

Fique com o Rei,
T. de A.

P.S. - Também possuo um nome chique. Tenho dito."



Sem dúvida uma aula muito proveitosa. Avé loucura constante. Que nos acompanhe sempre!

1 comentário:

Menina Ochoa disse...

Definitivamente kdo é que a M. e a T. têm juízo...
Creio que poderemos encontrar essa produtividade de aulas na frequência... É que só ersa a ula antes da frequência...