Você era azul e seu azul era meu, seu azul estava sobre e sob a minha pele, era tinta e era sangue, era fragmento e era todo; meu, meu. Tão meu quanto o vermelho dos meus olhos era seu, tingindo e descolorindo, borrão e contorno, espaçado e contido; seu, seu.
Então meus lábios eram seus e meus abraços eram seus, e os seus braços eram meus e a sua boca junto à minha não era minha, era eu. Você era eu, tanto quanto eu era você, e as nossas essências se misturavam no vácuo dos nossos pensamentos mudos, tudo tão seu, tão meu, tão cheio de mim e de você.
E suas mãos nas minhas éramos nós, éramos exageradamente nós, perdendo o controle da intensidade, perdendo sentido quando separados, nunca separados, juntos, nós. Nós e laços firmes, sem defeitos; nós de marinheiro, nós que eram tão preenchidos com o meu eu e o seu você.
Eu, você. O vermelho dos meus olhos que miravam os seus e o azul da sua boca que era pluma sobre a minha, era leve, quase nada, só um grande, imenso eu, meu.
(autor desconhecido)
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